Um escritor visita as famosas ruínas de Pompéia, cidade romana que foi sepultada pelas cinzas do vulcão Vesúvio. Andando pelas ruas, ele sente estranhas impressões. Toma em suas mãos um pedaço de tijolo das ruínas e vê em sua tela mental as cenas trágicas associadas à erupção do Vesúvio, ocorrida no ano 79 D.C. Com base nessas visões, escreve o livro “Os Últimos Dias de Pompéia”.
Esse escritor foi Lord Bulwer Litton, que utilizou na composição da sua obra a psicometria, uma faculdade mediúnica através da qual, ao contato com um objeto, o médium vê cenas do passado das pessoas que o possuíram.
A psicometria foi um dos tópicos do estudo que apresentei, na quinta-feira passada, sobre a mediunidade de vidência no CE Bezerra de Menezes O Apóstolo do Bem. Sobre esta faculdade, colhi no livro “Mediunidade”, de Edgar Armond, a informação de que o livro “Os Últimos Dias de Pompéia”, foi escrito dessa maneira: “visitando o escritor as ruínas daquela extinta cidade, tomou de um fragmento de tijolo e, usando-o como polarizador, viu desenrolar-se no seu campo de vidência todos os acontecimentos ligados à destruição da cidade.” Interessante, não?
Sobre a vidência, Allan Kardec nos esclarece em “O Livro dos Médiuns” que ela é uma faculdade de ocorrência rara e que devemos desconfiar dos que se dizem possuidores dessa faculdade. Que “é prudente não se lhes dar crédito senão diante de provas positivas”. Também afirma que “a visão habitual, ou facultativa dos Espíritos, sem distinção, é (de ocorrência) excepcional”. Por aí já se vê que médiuns videntes não podem ser encontrados em toda parte. Isso ressalta, mais uma vez, a importância do estudo para fornecer as bases de discernimento para as pessoas.
Um outro ponto que abordei no estudo refere-se à diferença entre o fenômeno da vidência e o da materialização. Se um Espírito aparecer e for visto por muitas pessoas ao mesmo tempo, trata-se de materialização. Se for visto por uma pessoa apenas, é vidência (se houver mais de um médium vidente, todos podem ver a mesma imagem, mas isso é raríssimo). É também necessário verificar se a aparição é tangível ou não.
Com base nisso, analisando o fenômeno das aparições de Maria em Fátima, Portugal, vistas pelas crianças Lúcia e seus primos Francisco e Jacinta, cheguei a uma conclusão interessante: as ocorrências de Fátima não foram materializações. No caso, os três eram videntes! Isso fica claro na aparição de 13/10/1917, quando, na presença de cerca de 50 mil pessoas, apenas as três crianças viram o Espírito. Bem, essa não é uma conclusão tão difícil, pois sabemos da dificuldade para um Espírito dessa elevação se materializar aqui na Terra.
Pesquisando o assunto, soube que Lúcia via, ouvia e falava com a aparição, Jacinta via e ouvia e Francisco apenas via, mas não a ouvia. Portanto, os três eram videntes, mas Lúcia e Jacinta eram também médiuns audientes.
Estas são algumas das sutilezas da mediunidade de vidência..
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