sexta-feira, 30 de setembro de 2011

VOLTEI !

Ontem voltei ao nosso grupo Espírita, após dois meses impossibilitado de comparecer. Até a fachada me pareceu diferente, mais iluminada. Sem dúvida, emocionei-me por retornar àquele celeiro de bênçãos e reencontrar os sorridentes companheiros, amigos de muitos anos.

O estudo da Eliane Ferraz falava sobre reencarnação e justiça e foi, como sempre, bastante oportuno. Ela é bem-humorada e tem muito conhecimento.

Basta entrar em um templo Espírita e os nossos pensamentos já se modificam, são reajustados. Percebi isso claramente ontem. Passamos a pensar na nossa reforma, pensar na prática do bem. Enquanto estamos ali, refletimos sobre as nossas dificuldades íntimas e formulamos propósitos de melhoria.

Eu ontem pensei, entre outras coisas, na necessidade de ser coerente, de ser a mesma pessoa em todos os ambientes, no Centro Espírita, no Lar, no trabalho.

Os Espíritos nos esclarecem que, enquanto ocorrem as palestras públicas, nos Centros Espíritas, os trabalhadores desencarnados realizam atendimentos junto ao público, aplicam passes e desembaraçam algumas pessoas dos fluidos negativos aos quais estão vinculados. Mesmo para aqueles que estão sofrendo processos de obsessão, a hora da palestra é como um oásis no deserto, é um momento de lucidez, bendita oportunidade de mudar os rumos e refazer os caminhos. Por isso, quando vamos ao Centro, recebemos um belo "pacote" de assistência espiritual.

Que os propósitos novos formulados ontem possam se concretizar, é o que eu peço ao Senhor da vida!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Provas da Sobrevivência da Alma

Provas da sobrevivência da alma nós temos todos os dias; apenas não prestamos atenção. Provas da assistência constante dos bons Espíritos saltam aos nossos olhos, mas, acostumados apenas às vibrações grosseiras da matéria, não conseguimos ver. Provas da existência de Deus não são necessárias, pois quem vê a obra pressente a existência de um Criador.

Como disse alguém uma vez: "se alguém acha que a vida na Terra é obra do acaso, que espalhe centenas de letras ao vento e julgue se elas serão capazes de, ao acaso, juntar-se e formar um poema."

Aos mais incrédulos, Deus concede as provas nas comunicações mediúnicas, provas incontestáveis, que não deixam dúvidas. Talvez seja assim porque nós Espíritas somos aqueles "trabalhadores da última hora", somos daqueles mais recalcitrantes, mais endurecidos. Nesse rol eu me incluo, pois tenho recebido a graça e a responsabilidade de saber, sem nenhuma margem para incerteza, que o Espírito sobrevive à morte do corpo carnal. Tenho recebido provas da realidade do mundo espiritual, e não foram poucas.

Certa vez, quando o nosso grupo Espírita comemorava 50 anos de existência, houve um simpósio sobre mediunidade no sábado, véspera da data festiva. Foi convidado um médium de amplos recursos para participar dos trabalhos, o Wagner Gomes, da cidade de Mário Campos. Ele nunca havia ido ao nosso Centro Espírita. Na data combinada, ali compareceu, acompanhado pelo saudoso Sr. Honório Abreu. Na parte final dos trabalhos, ele iniciou a psicografia de algumas mensagens. Quando foi ler os textos, havia duas mensagens de Espíritos bem conhecidos no Movimento Espírita. Mas havia também uma terceira mensagem. Antes de ler, ele disse: "Esse Espírito eu não conheço". Mas, enquanto ele lia a mensagem para nós, percebemos que havia nela algo de familiar, como se o Espírito fosse alguém muito próximo a nós. Ao final, ele leu o nome: Hélio Petrônio. Poucos o conheciam pelo nome. Quem esclareceu tudo foi o presidente da Casa: "Esse senhor foi quem doou o terreno para a construção do nosso Centro Espírita, há cinquenta anos atrás!"

Não havia possibilidade do médium Wagner conhecer o Sr. Hélio, pois, pouco depois de doar o terreno, ele se mudou definitivamente para o Rio de Janeiro, na década de 50. Esta é ou não uma prova da imortalidade da alma?

sábado, 24 de setembro de 2011

Informação x Conhecimento

Leon Denis, o grande escritor espírita, disse que o médium deve evitar a leitura de jornais, porque este hábito inunda o seu psiquismo de informações que atrapalham o seu processo de comunicação com o mundo invisível. Bem, ele disse isso em seu livro "No Invisível", escrito por volta de 1900! E hoje, quando quase todos adquiriram o hábito de "navegar" na internet e se dedicam a isso durante várias horas do dia? Esse acúmulo de informações colhidas na rede ajuda ou atrapalha o médium? E a pessoa que não é médium ostensiva?

Com efeito, em nossos acessos diários aos grandes portais de informação, é inevitável passar os olhos pelas principais notícias, desde as notícias sobre a economia, passando pelo noticiário policial e, até mesmo, pelos "factóides" criados pelas chamadas celebridades, na ânsia de se manterem na mídia. Esta semana mesmo vi a notícia sobre uma celebridade esportiva, que teria ido jantar com os dois filhos! Um fato corriqueiro para qualquer pessoa, menos para uma celebridade. Isto sem falar nas importantíssimas declarações de famosos e anônimos no Twitter, que chegam diretamente aos smartphones das pessoas.

A professora Geisa Vaz Mendes, da Faculdade de Educação da PUC, declarou que, na atual era em que vivemos, a chamada era da informação, "as informações são voláteis". "É muito importante ressaltar que informação rápida não é conhecimento", disse. Conhecimento depende de uma base sólida para contrapor ideias e ter senso crítico. Sua construção se dá de forma permanente.

De fato, sabemos que informação é diferente de conhecimento. Luckesi (1996) afirma que adquirir conhecimentos não é compreender a realidade retendo informações, mas utilizar-se destas para desvendar o novo e avançar.

Por isso, todos os nossos instrutores sobre mediunidade, a começar por Allan Kardec, são unânimes em recomendar ao médium que estude, que não apenas recolha informações, mas que reflita sobre elas, questione, compare, discuta, para formar uma base sólida de conhecimentos que o capacite a uma atuação equilibrada na seara mediúnica.

Assim, concluímos que a recomendação de Leon Denis, adaptada para os dias de hoje, continua válida. O médium não deve se afastar do mundo, nem se afastar do mundo digital. Porém, é preciso que ele saiba limitar as suas horas de internet. É preciso que ele saiba selecionar as suas leituras na rede. Em suma, quanto menos "lixo" ele acumular no seu campo mental, maiores condições terá de se transformar em um instrumento confiável no intercâmbio mediúnico.

Pois a meta de todo médium deve ser tornar-se um médium seguro, ou seja, aquele em quem se pode confiar.

E, quem não é médium ostensivo, que "coloque as barbas de molho", pois o intercâmbio espiritual não ocorre somente nas salas de reunião mediúnica, mas é de todo dia, de todos os momentos.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sensibilizando a Nossa Nuvem de Testemunhas

O Espiritismo, na medida em que nos ensina a trabalhar a fé raciocinada, prepara-nos para enfrentar as provas e as adversidades da vida. A pessoa passa a crer porque sabe. Não é mais aquela fé cega, em que o homem aceita os dogmas sem poder questioná-los.

O passado fala alto em nossas vidas. Segundo o Dr. Jorge Andréa, o inconsciente é zona de comando. Por isso, muitas atitudes nossas, aparentemente incompreensíveis, têm a sua origem no inconsciente. Aquele que possui débitos do passado, traz a matriz da culpa no inconsciente; como esta zona do nosso psiquismo comanda, por vezes permitimos a instalação de processos obsessivos em nós, devido ao desejo inconsciente de reparação dos nossos erros pretéritos.

O atormentado de hoje foi o atormentador do passado. Nem por isso, ele merece menor parcela de carinho e assistência de nossa parte. Ao contrário; se percebemos o sofrimento do nosso irmão, ele passa imediatamente a ser nosso próximo. Quem nos afirmaria que Deus, permitindo que tomemos conhecimento da dor de alguém, não o faz para que nós possamos amenizá-la?

Da culpa inconsciente que carregamos, aproveitam-se os adversários do passado, as nossas vítimas de ontem, e iniciam os lamentáveis e injustificáveis processos de vingança.

Porém, mesmo diante de obsessores, a nossa boa conduta é capaz de sensibilizá-los, fazendo com que mudem de atitude. Quantos obsessores não se envergonhavam da própria conduta ante a humildade de Bezerra de Menezes? Quantos perseguidores não se renovavam, observando a vida de Eurípedes Barsanulfo?

O grande Eurípedes, certa vez, foi chamado tarde da noite para um socorro a uma mulher que, prestes a dar a luz, corria risco de vida. Grávida, o bebê se encontrava "virado" e, na zona rural de Sacramento, àquela época, não havia recursos para livrá-la e salvar a criança. Sozinho, partiu para a localidade distante, levando alguns medicamentos, que ele próprio produzia. No caminho, foi abordado por um assaltante. Então Eurípedes disse: "Por favor, preciso socorrer a uma mulher grávida, que necessita de socorro urgente". O salteador então diz: "É minha mulher! Desesperado, sem recursos, vim assaltar, para arranjar algum dinheiro e tentar salvá-la". Dali em diante, aquele homem tornou-se um verdadeiro guarda-costas de Eurípedes Barsanulfo, acompanhando-o sempre nas visitas à zona rural de Sacramento.

Havendo sinceridade nas nossas atitudes, havendo desprendimento, a "nuvem de testemunhas" que nos observa será certamente sensibilizada pelas nossas boas ações. Os bons espíritos simpatizarão conosco, passando a nos auxiliar nas horas mais imprevistas. Já os obsessores estarão moralmente impedidos de "pagar o bem com o mal", pois "Deus não permite que aquele que perdoa seja perseguido".


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Benfeitor Espiritual

Manoel Philomeno de Miranda é um benfeitor espiritual que eu muito admiro. Especializado no estudo das obsessões, atua nas atividades desobsessivas desde a sua reencarnação mais recente, que ocorreu na Bahia, e prossegue trabalhando no Plano Espiritual.

Os seus livros, psicografados por Divaldo Pereira Franco, são valiosos repositórios de conhecimento sobre os processos de obsessão, com ênfase no tratamento dos obsidiados e obsessores e na profilaxia, ou seja, nas medidas preventivas. Destaco três livros.

Seu primeiro livro, editado há quase 40 anos, é um dos mais completos da série: "Nos Bastidores da Obsessão". Esse livro narra o auxílio a uma família, vítima de obsessão coletiva, em um episódio vivido por Manoel quando estava ainda encarnado, em companhia do grande batalhador do Espiritismo baiano, José Petitinga. Por isso é um livro muito original. Nele, as técnicas obsessivas utilizadas pelos irmãos enfermos são detalhadas, com destaque para a hipnose. É um livro para ser estudado por todos os que militam nas reuniões de desobsessão.

O livro "Nas Fronteiras da Loucura" narra os trabalhos de socorro espiritual em uma semana de carnaval, no Rio de Janeiro, e traz interessantes exemplos acerca do funcionamento da Lei de Causa e Efeito. É um livro de leitura obrigatória para todos os Espíritas.

Por fim, o livro "Trilhas de Libertação" narra as peripécias de um médium fracassado, que se permitiu incorrer no crime do "comércio das coisas sagradas". É uma obra-prima. Um dos melhores livros que já li.

Nesse livro, em certo momento, Manoel Miranda pára e contempla as pessoas caminhando nas ruas. Então diz que é imensamente grato aos benfeitores espirituais pelo amparo que prodigalizam à humanidade sofredora! Quando eu li esse trecho, imediatamente pensei: "Mas então, Manoel, você não é também um desse benfeitores? Quantas obras há no mundo quais as suas?

São muito modestos esses benfeitores espirituais!