domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quedas e Livre-arbítrio

A passagem da mulher adúltera no Evangelho nos ensina qual deve ser a nossa conduta perante os companheiros em queda. Sem dúvida, a frase de Jesus ainda repercute em nossas consciências: “aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire a pedra”.

Ouvindo esta resposta, os acusadores foram se retirando um por um, a começar pelos mais velhos, ficando só Jesus e a mulher. Então ele perguntou: “mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou? Nem eu tampouco te condeno; vá e não peques mais”.

Fácil nos é compreender que todos nós estamos sujeitos às quedas morais. Somos ainda Espíritos imperfeitos, que ainda não conquistamos a superioridade moral. A vida corpórea nos é dada para nos livramos dessas imperfeições, mediante as provas por que passamos.

No plano espiritual, mediante o livre-arbítrio, o Espírito escolhe o gênero de provas por que há de passar na próxima reencarnação. Evitando o mal e praticando o bem, ele se melhora e dá um passo adiante na senda do progresso. Se fracassa, permanece o que era, nem pior, nem melhor. Mas, a quem sucumbiu, resta-lhe a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi malfeito.

Portanto, os companheiros em queda (nós mesmos, por vezes) são aqueles que estão fracassando nas suas provas, que estão cedendo às sugestões dos Espíritos impuros e sucumbindo.

Vale recordar que Deus nos criou simples e ignorantes, com idêntica aptidão tanto para o bem quanto para o mal. Como temos o livre-arbítrio, quem segue o caminho do mal faz isso por vontade própria.

Pode-se dizer que o meio onde a pessoa está colocada representa a causa de muitos vícios e crimes. Não é verdade. O meio é uma prova que o Espírito escolheu, quando em liberdade, levado ao desejo de expor-se à tentação para ter o mérito da resistência. Sabemos que, mesmo estando na atmosfera dos vícios, não há arrastamentos irresistíveis no que se refere aos atos da vida moral.

Ninguém há predestinado ao crime e todo crime resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio. Ninguém é fatalmente levado ao mal.

Por tudo isso, perante o companheiro em queda, imaginemos se, em seu lugar, seríamos capazes de resistir às sugestões do mal.

Uma provérbio dos índios Cheyenne dizia: “não julgue seu vizinho sem que tenha andado duas luas com os seus mocassins”.

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